Segundo dia de exploração…
A Lola que se encontra em modo “Pata”
pediu para que o percurso seguinte fosse um pouco mais pequeno e mais soft.
Passei os olhos pelos percursos que havíamos estabelecido e googlei na busca de
outros que pudessem servir de recuperação. Falei no percurso da “Rota das
Bétulas” com 10km’s mas com alguns declives algo acentuados.
Lá fomos nós bem cedo em direcção
ao ponto inicial desta missão que se situa junto ao parque de campismo da
Fraguinha. Pelo caminho apercebemos-nos da imensidão de terreno montanhoso que compõe
este sistema da Gralheira que é mesmo a perder de vista…
Chegados ao Parque de Campismo,
embrenhámos-nos decididos, pelo caminho, serra acima. Embora de fácil acesso o
caminho até ao cimo da serra tem muita pedra solta o que abranda um pouco o
ritmo.
Já no cimo da montanha e
atrasados pelo estado do caminho assim como pela pataroca da Lola, marcas do
caminho nem vê-las. Recorrendo ao GPS (um bom investimento é o que digo) e após
tirarmos umas chapas deste sitio com uma vista espectacular onde avistamos uma
vez mais todo o maciço vê-mos lá ao fundo, bem ao fundinho o nosso próximo
objectivo… a aldeia do Candal. Dar com o caminho que teremos de fazer até lá é
que não foi fácil pois tal como havia dito não existem ou pelo menos não
estavam visíveis as marcas pelas quais nos devíamos guiar, julgo que derivado às
obras que ainda se encontram a decorrer para a implantação de gigantes torres eólicas
que estragam por completo toda a paisagem destas serras, enfim, talvez um mal
necessário.
Após algumas voltas lá demos com
o trilho que nos levará pela serra abaixo durante uns 2 km’s. Este caminho
deverá ser feito com todo o cuidado pois não é um caminho fácil por entre tojos
e silvados. Deu no entanto, para que a Lola realmente se apercebesse da
utilidade dos bastões que se tornaram, entretanto, nos seus inseparáveis melhores
amigos durante os restantes dias.
Chegados ao Candal o nosso
próximo objectivo é Póvoa das Leiras. Entretanto tentámos encontrar um cafezito
em Candal para que pudéssemos reabastecer de água, mas nada encontrámos.
Seguimos estrada abaixo e deparámo-nos com marcas diferentes … Ups!! … isto não
são marcas para a nossa rota!!! Que se
passa aqui?! Não vimos quaisquer marcas a indicar nada pelo que seguimos não
sem antes consultar o GPS que nos informava que o caminho era contrário àquele
que estávamos a fazer ….
Bom, decidi levar o pessoal
encosta abaixo mesmo assim até porque estaríamos a uns 200mts para apanharmos o
trilho que o GPS nos indicava. Decisão arriscada e mal tomada como veremos mais
à frente. Mesmo avisados por uma simpática senhora de fardos á cabeça que o
caminho que tomávamos não levava a nada investimos na nossa opinião de
exploradores …
Caminho agreste, com declive
bastante acentuado e por socalcos, mais parecia uma expedição retirada dos
filmes do Indiana Jones, lá fomos descendo com os nossos dois batedores á
frente a desbastar caminho para mim e para a já extenuada Lola. “Dá para descer”,
era o que diziam os nossos jovens exploradores ávidos de novas conquistas
quando os questionávamos se havia caminho para a direita uma vez que era essa a
direcção que deveríamos tomar… Depois de descermos à volta de 200mts em declive
e de dois ou três bate-cus da Lola, decidi, qual comandante de batalhão, dizer …
“Para tudo, já! Dá ou não dá para irmos para a direita?!” ao que o Igor, o
batedor mais velho responde “ammm... as pedras acabaram… agora só mesmo
saltando”. Neh! Nada disso, a decisão de campo foi mesmo retornarmos voltando a
subir toda aquela encosta com muitas paragens pelo caminho. O calor e a
escassez de água estava a começar a tornar-se um problema… De volta á aldeia de
Candal, não sem antes passarmos por um senhor que nos perguntava de onde vínhamos
e que com um ar de quem nos achava malucos nos dizia “eh na pá!” … vi a
tabuleta indicativa do percurso tapada por um estupor de uma carrinha de
obras!! Bah!!!
Seguimos então por entre os
campos até que demos com o caminho tapado por uma vegetação de fetos, silvas e
afins. Julgo que este trilho não deverá ser utilizado há já algum tempo uma vez
que tivemos de desbravar para conseguirmos passar. Atravessada esta floresta,
seguimos por um caminho de terra, subindo em declive à volta de 300mts.
Estourados e já sem água sentámos-nos no topo, já junto a uma estrada asfaltada
a descansar um pouco… entretanto á nossa direita uma placa que indicava um café
a 100mts… O espírito do grupo alegrou-se, sonhávamos com um oásis, onde nos
pudéssemos refrescar e água… beber água! Tomámos o caminho em direcção ao café…
imediatamente antes da entrada um fontanário que á primeira pressão na torneira
não deitou sequer uma gota de água brotando sim um barulho de estômago
aziado!!... olhei para a porta do café … fechado!!! Não podíamos acreditar em
tal coisa!!! Póvoa das Leiras estava a vergar-nos pela exaustão!! Avistado
entretanto um senhor numa casa, a Lola pediu se nos poderia dar água tendo o
senhor, com a simpatia das gentes desta terra, nos mandado entrar e usufruir deste
precioso líquido à vontade. “Refresquem-se e podem beber à vontade, vem directa
da Coelheira, é agua da boa!!”. Que bem nos sentimos tratados por este precioso
bem que é a água e que por vezes tão mal tratamos e desperdiçamos!
Retemperadas as forças e
reabastecidos, agradecendo por tudo a este senhor, lá continuamos por entre as
ruas desta aldeia. Agora, a cada esquina havia fontanários em que nos
refrescávamos em cada que passávamos. Sempre em subida íngreme até aos 900mts
repousámos um pouco mais junto a uma placa que nos indicava o final do percurso
a 3,7kms. Chamo a atenção e dou aqui uma dica para quem fizer esta parte deste
percurso … devido à má sinalização... é só seguir a linha de água mesmo até ao
fim.
Rebentados e estourados lá chegaríamos
de novo à Fraguinha, com mais um percurso ganho a custo por entre pedras!!
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