terça-feira, 23 de julho de 2013

Trilho "Rota das Bétulas" PR2 10,2km's

Segundo dia de exploração…

A Lola que se encontra em modo “Pata” pediu para que o percurso seguinte fosse um pouco mais pequeno e mais soft. Passei os olhos pelos percursos que havíamos estabelecido e googlei na busca de outros que pudessem servir de recuperação. Falei no percurso da “Rota das Bétulas” com 10km’s mas com alguns declives algo acentuados.
Lá fomos nós bem cedo em direcção ao ponto inicial desta missão que se situa junto ao parque de campismo da Fraguinha. Pelo caminho apercebemos-nos da imensidão de terreno montanhoso que compõe este sistema da Gralheira que é mesmo a perder de vista…
Chegados ao Parque de Campismo, embrenhámos-nos decididos, pelo caminho, serra acima. Embora de fácil acesso o caminho até ao cimo da serra tem muita pedra solta o que abranda um pouco o ritmo.
Já no cimo da montanha e atrasados pelo estado do caminho assim como pela pataroca da Lola, marcas do caminho nem vê-las. Recorrendo ao GPS (um bom investimento é o que digo) e após tirarmos umas chapas deste sitio com uma vista espectacular onde avistamos uma vez mais todo o maciço vê-mos lá ao fundo, bem ao fundinho o nosso próximo objectivo… a aldeia do Candal. Dar com o caminho que teremos de fazer até lá é que não foi fácil pois tal como havia dito não existem ou pelo menos não estavam visíveis as marcas pelas quais nos devíamos guiar, julgo que derivado às obras que ainda se encontram a decorrer para a implantação de gigantes torres eólicas que estragam por completo toda a paisagem destas serras, enfim, talvez um mal necessário.
Após algumas voltas lá demos com o trilho que nos levará pela serra abaixo durante uns 2 km’s. Este caminho deverá ser feito com todo o cuidado pois não é um caminho fácil por entre tojos e silvados. Deu no entanto, para que a Lola realmente se apercebesse da utilidade dos bastões que se tornaram, entretanto, nos seus inseparáveis melhores amigos durante os restantes dias.
Chegados ao Candal o nosso próximo objectivo é Póvoa das Leiras. Entretanto tentámos encontrar um cafezito em Candal para que pudéssemos reabastecer de água, mas nada encontrámos. Seguimos estrada abaixo e deparámo-nos com marcas diferentes … Ups!! … isto não são marcas para a nossa rota!!!  Que se passa aqui?! Não vimos quaisquer marcas a indicar nada pelo que seguimos não sem antes consultar o GPS que nos informava que o caminho era contrário àquele que estávamos a fazer ….
Bom, decidi levar o pessoal encosta abaixo mesmo assim até porque estaríamos a uns 200mts para apanharmos o trilho que o GPS nos indicava. Decisão arriscada e mal tomada como veremos mais à frente. Mesmo avisados por uma simpática senhora de fardos á cabeça que o caminho que tomávamos não levava a nada investimos na nossa opinião de exploradores …
Caminho agreste, com declive bastante acentuado e por socalcos, mais parecia uma expedição retirada dos filmes do Indiana Jones, lá fomos descendo com os nossos dois batedores á frente a desbastar caminho para mim e para a já extenuada Lola. “Dá para descer”, era o que diziam os nossos jovens exploradores ávidos de novas conquistas quando os questionávamos se havia caminho para a direita uma vez que era essa a direcção que deveríamos tomar… Depois de descermos à volta de 200mts em declive e de dois ou três bate-cus da Lola, decidi, qual comandante de batalhão, dizer … “Para tudo, já! Dá ou não dá para irmos para a direita?!” ao que o Igor, o batedor mais velho responde “ammm... as pedras acabaram… agora só mesmo saltando”. Neh! Nada disso, a decisão de campo foi mesmo retornarmos voltando a subir toda aquela encosta com muitas paragens pelo caminho. O calor e a escassez de água estava a começar a tornar-se um problema… De volta á aldeia de Candal, não sem antes passarmos por um senhor que nos perguntava de onde vínhamos e que com um ar de quem nos achava malucos nos dizia “eh na pá!” … vi a tabuleta indicativa do percurso tapada por um estupor de uma carrinha de obras!! Bah!!!
Seguimos então por entre os campos até que demos com o caminho tapado por uma vegetação de fetos, silvas e afins. Julgo que este trilho não deverá ser utilizado há já algum tempo uma vez que tivemos de desbravar para conseguirmos passar. Atravessada esta floresta, seguimos por um caminho de terra, subindo em declive à volta de 300mts. Estourados e já sem água sentámos-nos no topo, já junto a uma estrada asfaltada a descansar um pouco… entretanto á nossa direita uma placa que indicava um café a 100mts… O espírito do grupo alegrou-se, sonhávamos com um oásis, onde nos pudéssemos refrescar e água… beber água! Tomámos o caminho em direcção ao café… imediatamente antes da entrada um fontanário que á primeira pressão na torneira não deitou sequer uma gota de água brotando sim um barulho de estômago aziado!!... olhei para a porta do café … fechado!!! Não podíamos acreditar em tal coisa!!! Póvoa das Leiras estava a vergar-nos pela exaustão!! Avistado entretanto um senhor numa casa, a Lola pediu se nos poderia dar água tendo o senhor, com a simpatia das gentes desta terra, nos mandado entrar e usufruir deste precioso líquido à vontade. “Refresquem-se e podem beber à vontade, vem directa da Coelheira, é agua da boa!!”. Que bem nos sentimos tratados por este precioso bem que é a água e que por vezes tão mal tratamos e desperdiçamos!
Retemperadas as forças e reabastecidos, agradecendo por tudo a este senhor, lá continuamos por entre as ruas desta aldeia. Agora, a cada esquina havia fontanários em que nos refrescávamos em cada que passávamos. Sempre em subida íngreme até aos 900mts repousámos um pouco mais junto a uma placa que nos indicava o final do percurso a 3,7kms. Chamo a atenção e dou aqui uma dica para quem fizer esta parte deste percurso … devido à má sinalização... é só seguir a linha de água mesmo até ao fim.

Rebentados e estourados lá chegaríamos de novo à Fraguinha, com mais um percurso ganho a custo por entre pedras!!

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